Investigadoras portuguesas do Safe Zone dão entrevista a Agência Lusa – 28.10.2022
No dia 28 de outubro de 2020, a Agência Lusa, agencia noticiosa portuguesa e a maior de língua portuguesa, realizou uma entrevista com as investigadoras portuguesas no Projeto Safe Zone.
A entrevista, que aconteceu via telefone, teve enfoque nas atividades do projeto, uma vez que, em Portugal, apesar dos temas da violência e discriminação ganharem palco mediático e atenção da comunicação social, apenas se fala na remediação das situações e pouco na prevenção destas atividades.
Durante a entrevista foi clarificado pelas investigadoras que um dos focos principais deste projeto é o de capacitar os profissionais que trabalham diariamente com crianças e jovens no contexto desportivos.
O desporto é um fenómeno humano que reflete em pequena escala a sociedade. Os vínculos socioculturais e a importância que o desporto assume tornam-no numa instituição social capaz de influenciar e ser influenciada pelo contexto económico, social, cultural e político. É um veiculo de aprendizagens que tem apresentado um grande potencial na prevenção de crimes, sendo um meio de ótimo para construir resiliência e aumentar e desenvolver competências fundamentais nos/as jovens, especialmente naqueles/as que se encontram em situação de risco.
Assim, podemos facilmente perceber como os discursos de ódio, violência e outros comportamentos antissociais e discriminatórios que ocorrem na sociedade, são transferidos para o contexto desportivo.
As investigadoras salientaram que o contexto desportivo juvenil dá-nos um terreno fértil: se por um lado estamos num local que os jovens associam a um momento de lazer, estamos também num dos principais contextos de aprendizagem informal. A este facto juntamos número de horas semanais que as crianças e jovens passam nas instituições desportivas e a importância que dão ao seu grupo, sobretudo ao treinador.
As investigadoras realçaram que contexto específico que se vive em 2020, que junta às questões sociais que já existiam nas nossas sociedades moderas, como o racismo, a xenofobia e a discriminação, aos desafios criados pela pandemia de COVID-19. Referiram que esta combinação trouxe visibilidade para a fragilidade, sobretudo dos mais
jovens em situações desfavorecidas. O aumentando do fosso socioeconómico irá exigir ainda mais empenho das instituições que trabalham com crianças, sobretudo aquelas que usam a educação não-formal na sua intervenção, como é o caso das instituições ligadas ao desporto.